Evacuação da Cidade de Gaza é inevitável, diz Exército israelense; tanques fazem novos avanços
27/08/2025
(Foto: Reprodução) Fumaça é vista na Cidade de Gaza após bombardeio de Israel, em 13 de agosto de 2025.
Dawoud Abu Alkas/ Reuters
Um porta-voz do Exército de Israel afirmou nesta quarta-feira (27) que a evacuação da Cidade de Gaza, a mais populosa do território palestino, é "inevitável", enquanto tanques avançaram mais sobre a cidade, segundo a agência de notícias Reuters.
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"A evacuação da cidade de Gaza é inevitável, e, portanto, cada família que se mudar para o sul receberá a maior assistência humanitária possível, que está sendo organizada nestes dias. O Exército de Defesa começou a introduzir tendas, preparar áreas para a criação de complexos de distribuição de ajuda humanitária, instalar rede de água, entre outros", afirmou o porta-voz Avichay Adraee em comunicado.
Na madrugada desta quarta, tanques israelenses entraram no bairro Ebad-Alrahman, uma nova região da periferia da Cidade de Gaza, e bombardearam casas, o que deixou feridos e causou a fuga de moradores do local, afirmaram testemunhas à Reuters.
Israel busca tomar a Cidade de Gaza como próximo grande passo na guerra contra o grupo terrorista Hamas —posteriormente, o objetivo é controlar todo o território palestino, segundo o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O Exército israelense disse na semana passada que já iniciou os "primeiros estágios" da tomada da cidade. (Leia mais abaixo)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fará uma reunião nesta quarta com membros de seu governo e Steve Witkoff, enviado especial para o Oriente Médio, para discutir a situação da guerra em Gaza. Witkoff afirmou que os EUA esperam que o conflito entre Israel e Hamas termine até o final do ano.
A Cidade de Gaza, que abriga mais de um milhão de palestinos, incluindo muitos deslocados pela guerra, enfrenta um aumento de bombardeios israelenses desde o dia 8 de agosto, quando o governo Netanyahu aprovou os planos para tomar a cidade.
Milhares de palestinos já fugiram da cidade, mas líderes religiosos disseram nesta quarta-feira que permaneceriam no local, pois deixar Gaza e tentar fugir para o sul seria “nada menos que uma sentença de morte”.
Diversos países da comunidade internacional e o papa Leão XIV fizeram apelos nos últimos dias para Israel parar com a guerra e aceitar uma proposta de cessar-fogo com libertação de alguns reféns em poder do Hamas, aceita pelo grupo terrorista em meados de agosto. Netanyahu, no entanto, afirmou que tomará a Faixa de Gaza de qualquer maneira e seu objetivo agora é obter a libertação de todos os reféns de uma vez.
Tomada da Cidade de Gaza
Fumaça é vista após uma explosão durante uma operação israelense, na Cidade de Gaza nesta segunda (25)
REUTERS/Dawoud Abu Alkas
A tomada da cidade, que prevê uma ampla operação terrestre com tanques, soldados e intensos bombardeios, integra plano para captura total do território palestino aprovado pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no início de agosto, e vem sendo preparado pelas Forças Armadas desde então.
Também nesta quarta-feira, o gabinete do Netanyahu ordenou ao Exército a "redução dos prazos" para assumir o controle de redutos do Hamas e derrotar o grupo terrorista palestino. O comunicado do governo, no entanto, não especificou quais são as novas datas.
Segundo Defrin, a nova ofensiva entrou em seus "primeiros estágios" após um confronto com o grupo terrorista Hamas, porém não deu mais detalhes. Israel ainda se prepara para lançar a ofensiva com força total, e para isso convocou outros 60 mil reservistas nesta quarta.
A operação militar na Cidade de Gaza e seus arredores será "progressiva, precisa e seletiva", explicou um comandante militar israelense nesta quarta. "Alguns destes locais são zonas nas quais não operamos anteriormente, onde o Hamas ainda mantém capacidade militar", detalhou. A operação "vai continuar até 2026", antecipou a rádio militar.
Algumas horas depois do anúncio israelense, o Hamas se pronunciou e afirmou que o plano de conquista de Gaza mostra o "desrespeito flagrante" de Israel pelos esforços de mediação. Há dois dias, o grupo terrorista concordou com a proposta de cessar-fogo proposta pelo Egito e pelo Catar.
Há alguns dias, a Cidade de Gaza vem sendo alvo de intensos bombardeios, a exemplo dos bairros de Zeitun e Al Sabra, atingidos nas últimas horas, segundo relatos os moradores a agências de notícias.
A tomada total e gradual de Gaza ocorre após o comandante do Estado-Maior das Forças Armadas israelenses, o tenente-general Eyal Zamir, ter discordado de Netanyahu sobre qual seria o próximo passo para buscar a vitória total contra o Hamas.
Zamir tinha receios de que uma investida expandida contra a Cidade de Gaza colocaria em perigo as vidas dos reféns que ainda estão sob poder do Hamas, porém, disse na semana passada que governo e Exército estão unidos em prol do objetivo.
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