Dinamarca descobre 'operações secretas de influência' na Groenlândia, alvo de Trump, e convoca representante dos EUA

  • 27/08/2025
(Foto: Reprodução)
Moradores da Groenlândia fazem protesto contra os EUA, em 15 de março de 2025 Christian Klindt Soelbeck/Ritzau Scanpix/via REUTERS A Dinamarca convocou nesta quarta-feira (27) o principal diplomata dos Estados Unidos em Copenhague após relatórios da inteligência dinamarquesa revelarem que cidadãos norte-americanos têm conduzido operações secretas de influência na Groenlândia, informou o Ministério das Relações Exteriores dinamarquês. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A emissora pública "DR" citou fontes não identificadas dizendo que o governo acreditava que pelo menos três cidadãos dos EUA, com ligações com o governo do presidente Donald Trump, estavam envolvidos em operações de influência voltadas a promover uma separação entre a Groenlândia e a Dinamarca para benefício dos EUA. “Estamos cientes de que atores estrangeiros continuam demonstrando interesse pela Groenlândia e pela sua posição dentro do Reino da Dinamarca. Portanto, não surpreende que possamos enfrentar tentativas externas de influenciar o futuro do Reino nos próximos tempos”, disse o chanceler Lars Lokke Rasmussen em comunicado. A convocação de um embaixador ou representante é uma espécie de repreensão de um país a outro na linguagem diplomática internacional. Trump nomeou o cofundador do PayPal, Ken Howery, como novo embaixador dos EUA na Dinamarca, mas a missão diplomática norte-americana em Copenhague está atualmente sob comando do encarregado de negócios Mark Stroh, segundo o site da embaixada. Trump já afirmou desejar que os EUA assumam o controle da Groenlândia, um território semiautônomo dinamarquês rico em minerais e estrategicamente localizado no Ártico, por motivos de segurança nacional e internacional, e não descartou o uso da força para isso. A proposta do presidente americano foi rejeitada categoricamente tanto em Copenhague quanto em Nuuk, a capital da Groenlândia. Embora Trump tenha, posteriormente, demonstrado respeito pelo direito da Groenlândia de decidir seu próprio futuro, seus comentários sobre uma possível tomada do território pela força alimentaram incerteza e temor entre os 57 mil habitantes da ilha. O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e Donald Trump Jr, filho do presidente, visitaram a Groenlândia nos últimos meses. Ao mesmo tempo, a Dinamarca tem tentado reforçar a presença na ilha. (Leia mais abaixo) Vídeos em alta g1 O Serviço de Inteligência e Segurança Nacional da Dinamarca (PET) afirmou, em comunicado, que considera “que a Groenlândia, especialmente no cenário atual, é alvo de campanhas de influência de diversos tipos”. “Isso pode ocorrer explorando desentendimentos existentes ou fabricados, por exemplo, em torno de questões específicas conhecidas, ou promovendo ou reforçando determinadas opiniões na Groenlândia sobre o Reino da Dinamarca, os Estados Unidos ou outros países com interesse especial na ilha”, declarou o PET. O governo dinamarquês não divulgou mais detalhes sobre as descobertas, nem divulgou os nomes dos indivíduos citados nos relatórios de inteligência. O governo dos EUA não se manifestou oficialmente sobre a convocação até a última atualização desta reportagem —nem a embaixada dos EUA em Copenhague. Contra-atacando as ambições dos EUA O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, e o presidente dos EUA, Donald Trump, em 25 de junho de 2025 BRENDAN SMIALOWSKI/Pool via REUTERS Paralelamente, a Dinamarca tem buscado fortalecer suas relações com a Groenlândia —uma antiga colônia, hoje território autônomo dentro do Reino da Dinamarca— e tem mobilizado aliados europeus para contrabalançar as ambições norte-americanas na região. Como demonstração de solidariedade, o presidente da França, Emmanuel Macron, visitou a Groenlândia em junho e foi recebido por centenas de moradores. A visita do francês contrastou com a recepção a J.D. Vance, em março, quando protestos o obrigaram a visitar uma base aérea norte-americana remota e cancelar planos de levar sua esposa a uma corrida de trenós puxados por cães. O filho de Trump, Donald Trump Jr., esteve na Groenlândia em janeiro deste ano. Empresário, Trump Jr. não possui vínculos oficiais com o governo americano, porém ele é uma figura de influência dentro dos EUA. À época, ele disse que estava visitando a ilha "de forma privada", porém disse a moradores que "vamos tratar vocês bem". O premiê groenlandês disse em março, época que as tensões entre EUA, Groenlândia e Dinamarca estavam no auge, que o povo da ilha "não quer ser americano". No mesmo mês, a oposição venceu eleições parlamentares na ilha, um resultado considerado surpreendente. Jens-Frederik Nielsen, líder do partido Demokraatit (Democratas), assumiu como novo primeiro-ministro e pregou união e cautela em relação às investidas dos EUA.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/08/27/dinamarca-convoca-representante-eua-operacoes-secretas-influencia-groenlandia.ghtml


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